
Francisco Palmeiro (16/10/1932) - Veloz e ardiloso
Representou o Benfica durante 7 temporadas, entre 53/54 e 60/61, efectuando 178 jogos (117 a extremo direito) e marcando 49 golos (2 hat tricks). Estreou-se sob o comando técnico de Ribeiro dos Reis e José Simões, a 25/12/53, no Estádio Nacional, num jogo frente ao Independiente, da Argentina (Torneio Quadrangular Luso-americano). De início, conquistou a titularidade a interior, direito e esquerdo. A partir da época de 54/55, já com Otto Glória como timoneiro, fixou-se na posição de extremo direito.
Era um jogador veloz. Uma pedra chave na estratégia táctica de Otto Glória, integrando com facilidade o célebre esquema da diagonal, quer como interior recuado, tabelando com os médios, quer como extremo, ardiloso e dinâmico a conduzir jogo pelo seu flanco e preciso a assistir o avançado-centro.
Não marcou muitos golos, mas assinou dois tentos históricos: foi o primeiro jogador benfiquista a marcar um golo no Estádio da Luz, no dia da sua inauguração (01/12/54), e foi o primeiro jogador do Clube a marcar um golo na Taça dos Campeões Europeus, em Sevilha, no antigo Estádio Nérvion, a 19/09/57. Somou 3 internacionalizações e ficou "famoso" por ter marcado, na sua estreia, os 3 golos com que Portugal venceu a Espanha (3-1), em 03/10/56, no Estádio Nacional. Palmeiro ajudou o Benfica a conquistar 3 Campeonatos Nacionais e 3 Taças de Portugal. O Noticias de Arronches de Setembro de 2009 publicou uma Carta ao Director cujo teor transcrevemos.
Trata-se duma manifestação de desagrado de quem mesmo longe continua, agora como quando era idolatrado como um extraordinário futebolista, a sentir-se e afirmar-se ARRONCHENSE.
Francisco Palmeiro, o internacional de futebol, glória benfiquista e da Selecção Nacional, diz-nos que não fazia questão que o Estádio tivesse o seu nome. Mas nós também queremos que ele saiba que os arronchenses (com algumas excepções dos que só vêem os seus mesquinhos interesses) queriam que o estádio ostentasse o seu prestigiado nome.
CARTA AO DIRECTOR
“Quem não se sente não é filho de boa gente”, este foi o meu sentir quando recebi na Costa da Caparica, onde vivo, o jornal da minha terra natal “Noticias de Arronches”. Perguntar-se-ão porquê? Porque grande foi o meu espanto e surpresa ao ler que tinha sido inaugurado o Estádio Municipal de Arronches, sem que as entidades competentes pelo pelouro do desporto tivessem tido o respeito e consideração pela carreira desportiva que percorri, e como tal não me tenham endereçado um convite para tal inauguração.
Não que pretenda honras, mas sim o reconhecimento merecido de quem nunca se esqueceu do cantinho de Portugal onde nasceu e que tudo fez para dignificar, honrar e levar além fronteiras o nome da minha terra, Arronches. No entanto, e para minha surpresa, houve quem já o soubesse reconhecer, falo do Desportivo Portalegrense, que aquando da inauguração do seu estádio, para o qual fui o convidado de honra e tive o privilégio de dar o pontapé de saída no primeiro jogo, sendo agraciado com o Diploma de Sócio Honorário do Clube e pelo Senhor Governador Civil de Portalegre.
Ainda há quem reconheça os feitos das velhas glórias do desporto como um caminho a seguir pelos mais novos!
Para que se saiba, não fazia questão que o estádio de futebol tivesse o meu nome, conforme me havia chegado informação, estou completamente solidário com o nome escolhido.
Contudo, creio que a minha presença não iria tirar valor e o protagonismo ao mentor do projecto, mas sim seria uma mais valia ao desporto.
O meu muito obrigado ao Jornal de Arronches e seu Director e saudações a alguns Arronchenses.
Francisco Palmeiro