sábado, 7 de novembro de 2009
Não mudámos nada!
«Aproxima-te um pouco de nós, e vê. O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A práctica da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas ideias em cada dia. Vivemos todos ao acaso. Perfeita, absoluta indiferença de cima abaixo! Toda a vida espiritual, intelectual, parada. O tédio invadiu todas as almas. A mocidade arrasta-se envelhecida das mesas das secretárias para as mesas dos cafés. A ruína económica cresce, cresce, cresce. As quebras sucedem-se. O pequeno comércio definha. A indústria enfraquece. A sorte dos operários é lamentável. O salário diminui. A renda também diminui. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. Neste salve-se quem puder a burguesia proprietária de casas explora o aluguer. A agiotagem explora o lucro. A ignorância pesa sobre o povo como uma fatalidade. O número das escolas só por si é dramático. O professor é um empregado de eleições. A população dos campos, vivendo em casebres ignóbeis, sustentando-se de sardinhas e de vinho, trabalhando para o imposto por meio de uma agricultura decadente, puxa uma vida miserável, sacudida pela penhora; a população ignorante, entorpecida, de toda a vitalidade humana conserva unicamente um egoísmo feroz e uma devoção automática. No entanto a intriga política alastra-se. O país vive numa sonolência enfastiada. Apenas a devoção inconsciente perturba o silêncio da opinião com padres-nossos maquinais. Não é uma existência, é uma expiação. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido! Ninguém se ilude. Diz-se nos conselhos de ministros e nas estalagens. E que se faz? Atesta-se, conversando e jogando o voltarete que de norte a sul, no Estado, na economia, no moral, o país está desorganizado e pede-se conhaque! Assim todas as consciências certificam a podridão; mas todos os temperamentos se dão bem na podridão» As Farpas de Eça de Queirós (1871)
Eça de Queirós escreveu este texto no final do século XIX mas, se voltasse agora ao nosso convívio acharia o seu texto perfeitamente actual.
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Não mudámos mesmo imfelizmente. Parece ciclico e infelizmente para as gerações actuais, irão ter as mesmas dificuldades dos avós. Nós a geração que tudo sabe e sobre tudo opina, a maior parte das vezes só sabemos fazer isso temos dado o nosso contributo, para que tudo mude para ficar na mesma ou pior... É triste!
ResponderEliminaré triste ver como o novo executivo deixou vandalizar as oliveiras da praça de touros pelos seus apoiantes partidários.
ResponderEliminarVira o disco e toca o mesmo
Realmente não deixei de reparar, como aqueles 2 casais de novos militantes do psd tratavam as pobres oliveiras, que até então apresentavam bastante saúde...
ResponderEliminarSe não gostam de árvores porque não passam a plantar postes nos espaços verdes de Arronches, podem ser daqueles que os CTT utilizavam nas linhas telefónicas, escolham uns já esburacados pelos pica-paus a malta do ambiente ia gostar. Com estas medidas sempre poupavam nas podas e nas regas das árvores que tanto gostam de mutilar em Arronches!
ResponderEliminarMas alguém acredita que isto vai melhorar?
ResponderEliminarEmbora não concorde com o disparate que aqueles incompetentes fizeram, talvez por falta de formação adequada a essas oliveiras, também sei que a anterior câmara não tratava melhor as árvores o Passeio de Maio era o espelho anual dessa vergonha de podas selvagens que apenas deixavam os troncos das árvores.
ResponderEliminarBasta ler um texto do Moitas no Arronches em Noticias para ver que em Arronches a autarquia depois da saída do presidente Lagarto sempre tratou mal as árvores.
Mas lá que o serviço que agora fizeram ás oliveiras junto á praça de touros é uma vergonha é uma verdade difícil de esconder dos olhos do zé povinho.
Ainda agora eles começaram,dessas vamos ter q ver muitas mais.
ResponderEliminarÉ triste passar por ali e ver as oliveiras todas partidas.,É uma vergonha.
ResponderEliminarAs oliveiras estão impecavelmente limpas, se aprenderem um pouco antes de falar talvez tenham credibilidade.Mas como o vosso objectivo é tão e somente fazer sobressair o vosso socialismo tudo serve para cantar e assobiar, que foi o que fizeram durante 36 anos.
ResponderEliminarDeves perceber muito de limpeza de oliveiras! Nem estão limpas nem abertas...foi um corte de ramos à cabreiro.
ResponderEliminarMudámos, para BEM MELHOR já algumas coisas!Veja-se no atendimento por parte da presidência da Câmara. Existe um dia para o efeito e, na passada 5ª. feira a Srª. Presidente não pôde estar presente, tendo o cuidado de deixar um dos vereadores a fazer o atendimento. ALGUMA VEZ SE VIU TAL CUIDADO NA ANTEROIR CÂMARA?
ResponderEliminarExiste também, e bem, 2 dias por semana para k os municepes sejam atendidos pelos técnicos municipais a fim de se enteirarem do andamento dos processos. Repito uma melhoria bastante significativa, PARA MELHOR.